De Repente
CarlosPontes
Já tá manjado, esse papinho inocente
da terra do samba, futebol a Beira Mar
E tanto faz se tem bandido ou é crente
se a oferenda agora é via celular
Pela camisa do meu time, perco o sono
e até me esqueço dos problemas do Brasil
Mas o dinheiro que era nosso já tem dono
e o "eleito"ainda diz que nunca viu
Será que isso vai dar pé?
Ou será que tudo isso é culpa da gente?
É no "jeitinho" que tudo acontece
É tudo de repente
Já tô cansado de nadar contra a corrente
e quando eu tô chegando já é hora de voltar
E se eu for tentar dizer o que a gente sente
vem o maluco da caneta censurar
Na minha barraca de praia tá chovendo
e faz pra lá de mês que eu não vejo nem um troco
E me pergunto, "o que é que eu tô fazendo?"
Quanto mais eu grito, mais fico rouco
De repente pode até pintar
alguma coisa mais legal pra se fazer
De repente, algo diferente
pra mim ou pra você
Mas na hora a gente escolhe o que mente mais,
com a liberdade de um absorvente
Nada premeditado, é tudo de repente
Há quanto tempo esse é o país do futuro?
Pergunta pro vidente
Na rua ninguém tá seguro
É muito concorrente
É tanta história e o povo dando duro
Pegando no batente
Nenhum dos lados é o dono do Muro
Adão e a serpente
É tudo de repente